Quem mora em São Miguel
do Gostoso, sabe das dificuldades que o ex-prefeito Miguel Teixeira teve para
concluir a estrada que liga a praia de Tourinhos (foto) aos distritos dos Morros e a
Praia do Marcos, no extremo norte do município.
O proprietário de uma
fazenda do Tourinhos não permitiu que a estrada cortasse suas terras. A estrada
correria numa linha reta, sempre próxima ao mar, e encurtava em vários
quilômetros o trajeto para quem vem daqueles distritos para a cidade, beneficiando os moradores da região.
Diante de tamanha
resistência do italiano que é proprietário da fazenda, o prefeito passou a
estrada diante da sua fazenda. Ocorre que o traçado da estrada ficou muito
próximo ao limite de desovas de tartarugas, contrariando a lei ambiental do
pais.
Pois agora o tiro
vai sair pela culatra. O proprietário desta fazenda em Tourinhos vai ser
obrigado a ceder parte de suas terras para que a estrada seja refeita, sem que haja
ameaça às tartarugas. A Justiça obrigará que esta estrada tenha novo traçado.
O Idema, o órgão
ambiental do Rio Grande do Norte, e o DER (Departamento de Estradas e Rodagem)
já estiveram em Tourinhos para definir o novo traçado da estrada. A UFRN vai
dar consultoria para que este novo traçado seja definido.
O traçado desta estrada
está dentro do que é chamado Zoneamento Ecológico Econômico do Litoral
Setentrional do Rio Grande do Norte, que é coordenador pelo Idema. São Miguel
do Gostoso está inserido nesta área de proteção ambiental.
Por causa disso, o
proprietário desta fazenda de Tourinhos vai ser obrigado a abrir caminho para a
nova estrada. A legislação brasileira garante a liberação destas terras, que
passa por áreas alagadiças e dunas – de responsabilidade da União.
Fica, no caso
desta estrada, o mau exemplo de proprietários de terras que não querem ceder
parte de seus imóveis –por menor que seja - para que haja benefícios da
população. No caso de Tourinhos, há um tremendo egoísmo deste dono de terras da região.
E olhem que se trata
de estrangeiros que são proprietários destas terras.
Por Emanuel Neri