Amar é um exercício complexo e
encantador, no qual deixamos de viver exclusivamente o nosso tempo para entrar,
esperar e compreender o tempo de alguém. E aí temos de perceber a profundidade
desse sentimento; amar é, sim, entrar no tempo do outro, é entender, perdoar,
estar ao lado sempre, mas não é apoderar-se das vontades alheias nem possuir as
rédeas da vida do outro.
Um amor verdadeiro não afasta as
pessoas, mas as aproxima; não atropela as etapas que devem ser respeitadas. Não
pertencemos a ninguém, não somos propriedade ou objetos de satisfação pessoal;
o namoro é, antes de tudo, momento de conhecimento. Somos templo do Espírito
Santo de Deus, pertencemos somente a Ele. Amar não é acorrentar, ao contrário é
libertar o outro para um mundo diferente do isolamento, da autossuficiência.
Como diz padre Fábio de Melo,
“Amor humano é devolução, é restituição. E aquele que aceita qualquer coisa,
também será deixado por qualquer coisa”. Somos filhos do céu, filhos da luz,
merecemos o Amor em sua mais fiel essência e pureza, não podemos nos contentar
com migalhas, fantasias passageiras, promessas imaturas e impensadas. Amar
exige maturação, exige renúncia, espera e paciência. É saber entrar no tempo do
outro e, acima de tudo, saber permitir que o outro entre em nosso tempo quando
isso, de fato, valer a pena.
Internauta Giselle Holanda Ferreira